As provas internacionais regressam nos dias 14, 15 e 16 de julho ao mítico Circuito de Vila Real, com uma prova de seis horas de resistência da chancela 24h Series. A 52ª edição do evento foi apresentada na passada semana, no Nosso Shopping, na presença do promotor, Peter Freij, da Creventic, do Presidente do Clube Automóvel de Vila Real (CAVR), Jorge Almeida, do presidente da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR), José Silva e do presidente da Câmara Municipal, Rui Santos.

Certo é que o Circuito de Vila Real voltará a acolher provas de resistência, depois de, em 1969, ter recebido uma corrida de Grande Turismo, com máquinas como o Ford GT 40, o Lola T-70 ou o Porsche 908. Em 2023, a prova vila-realense, que não será pontuável, vai realizar-se uma semana depois das 12h do Estoril e com um formato dividido em duas corridas (uma no sábado e outra no domingo).

Peter Freij, da Creventic, em declarações à imprensa, reconheceu que, por ser a primeira vez que Vila Real vai receber os carros das 24h Series e se tratar de um circuito citadino, os desafios “são muitos”, a começar pelos abastecimentos, acreditando, no entanto, no sucesso do evento. O holandês esteve, na passada semana, pela primeira vez em Vila Real e recordou que este será o 25º circuito diferente a receber uma prova das 24h Series, desde o evento inaugural, no Dubai, em 2006.

“As nossas expetativas é que serão corridas fantásticas, com muitos espetadores e carros muito rápidos. Acho que vai ser desafiante por ser a primeira vez que fazemos a prova numa pista citadina. É uma coisa nova e quase tudo é diferente. Já aprendemos muito, mas de certeza que será desafiante”, referiu o promotor, que desvendou o número de pilotos, estimado em cerca de 75, para os 24 carros que estarão em pista.

6 horas de Vila Real vêm para ficar, garante Rui Santos

Rui Santos afirmou, em entrevista, que a possibilidade de Vila Real receber provas internacionais esteve sempre em cima da mesa e que, antes do 24h Series, chegou a equacionar a vinda da prova germânica DTM ou de uma prova internacional de carros elétricos. “Já em 2022 tínhamos percebido que havia muitas dificuldades na Taça do Mundo de Carros de Turismo (TCR), que acabou por cair. Antecipámos este cenário e tínhamos praticamente tudo acertado para ter o DTM em Vila Real. Entretanto, fomos surpreendidos pela falência da empresa promotora. Depois, apontamos para o campeonato de carros elétricos. Era uma forte possibilidade, mas a FIA achou que não era a altura certa. Por isso, continuamos à procura de alternativas até chegar á Creventic, promotora das 24h Series”, declarou.

Rui Santos considerou as 6 horas de resistência como “uma boa oportunidade para assegurar uma prova internacional em Vila Real” e sublinhou que tudo fará para garantir as corridas, nestes moldes, em 2024 e 2025. “Enquanto eu tiver responsabilidades autárquicas, o circuito nunca cairá, aliás, tentaremos fazer mais e melhor a cada ano. Tudo faremos para voltar a receber provas internacionais em 2024 e 2025”, disse.

Para isso, será feito um investimento adicional em matéria de segurança. “A prova de resistência tem outras características, mas não terá um investimento tão grande como o mundial de carros de turismo. O custo da organização será na ordem do milhão e 800 mil euros, com um reforço na segurança e no pavimento”, avançou.

Provas nacionais com elevada procura

Sobre a organização desportiva da prova, Jorge Almeida, presidente CAVR, admitiu que teve algumas reservas ao início, uma vez que “o circuito nunca recebeu uma prova desta natureza”, num passado recente, mas confessou estar “preparado para enfrentar as dificuldades da corrida”, que “serão muitas”.

“Nunca organizamos corridas de resistência, só de sprint. Traz novos desafios, mas estamos preparados. Há aspetos que são complicados, por exemplo, as corridas de resistência não param, a não ser no caso de um acidente fora do normal. Em caso de acidente, há necessidade de retirar os carros da pista, mas a corrida continua normalmente. É preciso uma série de procedimentos de segurança que têm de ser revistos. É aí que nos estamos a preparar”, declarou.

Sobre as provas nacionais, Jorge Almeida adiantou que serão as habituais: o Campeonato Nacional de Clássicos, os Legends e o Campeonato de Portugal de Velocidade, com carros GT, “que tornam o espetáculo mais aliciante”.

Por fim, José Silva, da APCIVR, evidenciou o número de pilotos que vão estar em pista, ao longo do fim de semana (ao todo estão previstos cerca de 250, incluindo os da prova de resistência), e a elevada procura por parte de participantes nacionais.

Sobre as condições de acolhimento do público, o responsável adiantou que as bancadas, com capacidade total para três mil lugares, terão todas um ecrã digital. Os bilhetes, que estarão à venda brevemente, deverão rondar os 25 euros para sábado e os 45 euros para o fim de semana completo.

Filipe Ribeiro