Mais de 18 mil pessoas vibraram durante três dias no Festival N2, em Chaves, cuja 5ª edição terminou este fim-de-semana. Foram dias de animação, folia e principalmente boa música. A organização tinha como expectativa chegar este ano aos 15 mil festivaleiros, contudo esse número foi ultrapassado, mostrando que este é um evento que continua a crescer e que tem margem para ir muito mais além.
Para Francisco Melo, vice-presidente da Câmara Municipal de Chaves, «a edição 2023 do Festival N2, entre o Km 0 da Estrada Nacional n.º 2 e o Rio Tâmega encheu o renovado Jardim Público de Chaves de sons e afetos que nos fizeram sentir vivos e felizes. Os três dias de boa música tiveram os seus pontos altos nos concertos de Salvador Sobral e The Black Mamba. Foram momentos de puro prazer, de virante alegria!” O autarca destacou ainda o trabalho da organização considerando que «esteve atenta e eficiente e o local estava fantástico».
De acordo com Tiago Ribeiro da INDIEROR, entidade que em parceira com a autarquia de Chaves organiza o evento, «esta foi uma viagem que superou claramente as nossas expectativas. O nosso objetivo foi sempre fazer um evento inclusivo, que chegue a diferentes públicos, e isso foi claramente alcançado». A organização revela ainda que este ano 30% do público visitante não era residente em Chaves, o que significa que o Festival N2 já transpôs fronteiras. A faixa etária dos 19 aos 30 anos foi a que mais aderiu, representando 60% do público presente.
O primeiro dia teve como cabeça de cartaz Salvador Sobral, um artista bem conhecido do público português, que apresentou um espetáculo cheio de ritmo alegrando miúdos e graúdos. A abertura foi de enchente, algo surpreendente para uma quinta-feira, mas que fazia antever que este seria um ano para recordar.
O segundo dia começou com a artista galega Antía Muiño, no Palco Viagem, junto à Torre de Menagem. Já a noite teve como protagonistas os The Black Mamba, uma banda que levou Chaves ao rubro e que fez transbordar o Jardim Público de Chaves.
O último dia foi todo no feminino. Começou com Meta nos Jardins do Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso. Ao anoitecer a brasileira Mallu Magalhães embalou o público com a sua voz doce e suave. A viagem seguiu com Isaura e terminou com o Dj Set de Alex D’Alva Teixeira.
A singularidade do Festival N2 está na sua dimensão acima da média dos eventos locais. Toda a equipa de produção e staff é composta por residentes em Chaves, permitindo que todos se envolvam no crescimento contínuo do evento e garantindo a sua essência. Essa participação também incentiva a comunidade a desenvolver ferramentas para futuras iniciativas culturais, tornando-os mais autossuficientes.
O impacto do Festival N2 extravasa o âmbito económico. Com apenas 35% do orçamento destinado à contratação de artistas, mais de metade dos 65% restantes é investido na região, estimulando pequenos negócios e empresas locais. Desde o maior palco até o menor parafuso, a economia de Chaves é dinamizada.
Durante o evento, os hotéis e restaurantes ficam lotados e as lojas locais veem as suas vendas aumentarem, tornando o evento num marco importante para a dinâmica económica e social de Chaves. A organização do Festival N2 envolve diretamente 220 pessoas, incluindo membros da INDIEROR e do Município de Chaves, responsáveis pela logística, comitivas de artistas e outros setores.
O futuro é já aí e já todos anseiam pela edição de 2024.