Há 25 anos que estamos vivos, apetece-nos dizer.  Não será muito tempo na vida de um jornal, como não o é na vida de um ser humano e nada comparável a árvores que vivem centenas ou milhares de anos. Mas 25 anos de vida, quando se fazem, são sempre para lembrar, são sempre para comemorar. Não é um feito, mas é uma data muito interessante. Pelo menos, sempre podemos dizer que conseguimos chegar até aqui, trilhando um caminho que nunca deixou de ter pedras. Primeiro foi a desconfiança da criação, depois, em muitas pessoas, a certeza que a «criança» nascera enfezada e com morte cedo vaticinada. Houve até quem viesse de não muito «longe», com projeto megalómano para nos abafar. O feitiço virou-se contra o feiticeiro… Nunca foi nosso objetivo navegarmos em águas de mar largo e furibundo ou subirmos ao topo do Evereste, mas temos sabido orientarmo-nos no mapa onde foram traçadas as linhas orientadoras iniciais e onde outras foram sendo desenhadas com evidente sucesso. Queremos com isto dizer que, na medida das nossas possibilidades, a aposta foi a de proximidade, sem deixarmos de ir mais além, quando era oportuno e interessante. Nas nossas páginas, ao longo destes 25 anos, estivemos em acontecimentos e eventos em muitos locais da província: de Lamego a Montalegre, de Santa Marta de Penaguião a Bragança e Miranda. Entrevistámos pessoas dos mais diversos sectores da sociedade – da política à religião -, dando voz às suas realizações, aos seus projetos e às suas preocupações. Chegámos a acompanhar o R.I. 13 no Kosovo e na Bósnia-Herzegovina e fizemos reportagens pelo país e por Espanha.

Ainda não tínhamos concluído a primeira década de vida, quando começámos a abrir novas «rotas». Por um lado, realizámos conferências e celebrámos pessoas – Carvalho Araújo, é um dos exemplos – e, por outro, iniciávamos, em 2007, com a chancela da “Maronesa, Comunicação Social, Lda, a edição de obras de cariz histórico, literário e ensaístico, no total de 871 títulos, até ao momento. A História de Vila Real tem-nos merecido uma atenção muito especial. Publicámos vários títulos que têm contribuído para um conhecimento mais abrangente do nosso passado histórico. Se todas as obras são importantes, não podemos deixar de mencionar a História das Freguesias do Concelho de Vila Real, com edições de 2017 e 2021.  Neste particular levámos a informação diretamente a cada uma das freguesias. E nesta disciplina, deixamos o nosso agradecimento às entidades que, contribuíram para a concretização de algum destes projetos: Câmara Municipal de Vila Real, Junta de freguesia de Vila Real, Direção Regional de Cultura do Norte, Câmara Municipal de Mesão Frio, Câmara Municipal de Santa Marta e Penaguião, Regimento de Infantaria 13. Damos notas sobre prémios literários, temos acompanhado as atividades do Grémio Literário Vila-realense, hoje, A.M. Pires Cabral, da Academia de Letras de Trás-os-Montes, da Tertúlia João de Araújo Correia, e temos uma presença assídua no Espaço Miguel Torga, em S. Martinho de Anta. Não descuramos a Arte e os seus artistas – o teatro, música, bailado e a pintura – em reportagens e entrevistas.

A Sociedade em geral, a Religião, a Economia, a Saúde e a Educação – do ensino básico ao superior -, tem sido notícia assídua nas nossas páginas, quer em crónicas, quer em reportagens e entrevistas.  Referência especial para a UTAD e para a Esc. Sec. Camilo Castelo Branco (presença constante nos últimos anos).  Também o Desporto, nas várias modalidades, completa as nossas páginas. Há alguns anos que incluímos um caderno de desporto, parceria com o Desportivo Transmontano. A esta parceria acrescentamos uma outra: a Universidade FM.

A política tem, óbvia e naturalmente, um «peso» real e permanente. Fomos e somos plurais. A política sã sempre teve (e terá) lugar nas nossas páginas nos termos estatutários. Apelámos à participação dos setores políticos, a fim de poderem dar o seu contributo à sociedade, apresentando as suas ideias. Nem sempre houve uma resposta positiva. Escusamo-nos a fazer interpretações.  Em outras ocasiões, percebemos que, uma vez «aberta a porta», houve quem pretendesse fazer de nós «caixa de correio», isto é «servir-se» para fazer ataques a pessoas ou a instituições.  Ainda neste quadro, uns outros foram mais longe e, noutros lugares, têm querido sufocar-nos.  Apesar destas intenções, vamos continuando o nosso caminho sem bravatas e sem foguetório.  Vivemos num mundo tecnológico cada vez mais avançado, onde o «digital» vai colonizando cada um e cada atividade da vida humana. Os tempos são de incerteza. Porque nada é eterno, vamos continuar a caminhar, sabendo que o terreno não é plano e nele continuará a haver pedras que tentaremos remover.

A fechar esta retrospetiva, a atual equipa diretiva e redatorial do NVR agradece a todos quantos têm ajudado a manter acesa esta chama que é de quem sempre quis e quer estar connosco.