O Município de Alijó e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro promoveram uma jornada de reflexão sobre o futuro da panificação no Concelho. Com o mote “As voltas que o pão dá”, foram discutidos os desafios e oportunidades desta tradição secular, o futuro da profissão de padeiro/padeira e os caminhos a seguir para preservar as padarias do Concelho.
O Núcleo Museológico de Favaios, espaço dedicado ao trigo de quatro cantos e ao vinho moscatel da região duriense, recebeu esta iniciativa sociocultural, nos dias 13 e 14 de outubro. O primeiro dia foi orientado para os alunos do Agrupamento de Escolas D. Sancho II – Alijó, tendo sido abordado o tema da importância do pão na alimentação humana pela docente e nutricionista da UTAD, Carla Gonçalves. Alice Vilela, especialista na área da análise sensorial, também docente daquela instituição, realizou uma prova sensorial do pão de Favaios.
No dia 14, no período da manhã, os antropólogos Álvaro Campelo (Universidade Fernando Pessoa) e Paulo Castro Seixas (Universidade de Lisboa) e o Sociólogo Rural Artur Cristóvão (UTAD), refletiram sobre o futuro das padarias no Concelho de Alijó, apontando diversos caminhos que podem ser seguidos para a manutenção destes locais de panificação, alguns dos quais centenários.
No período da tarde, foi dada a palavra a padeiras e padeiros do Concelho que expuseram a sua visão sobre a profissão, bem como as suas preocupações sobre o futuro das padarias. Seguiu-se uma mesa redonda com autarcas e empresários locais que expuseram as suas visões e ações necessárias para a preservação do pão e da sua autenticidade. Esta mesa redonda contou ainda com a participação de um padeiro galego que revelou a experiência vivida do outro lado da fronteira e o que se tem feito para reativar um setor que tem sofrido com o avanço das grandes distribuidoras.
A jornada terminou com a visita a uma padaria tradicional de Favaios e com a prova de alguns produtos confecionados com o pão desta localidade.