Na sequência dos constantes alertas do Município de Chaves perante o estado de degradação da Torre do Castelo de Santo Estêvão – classificado como Monumento nacional desde 1939 – que ameaça perigo eminente de poder ruir, o Presidente da Câmara Municipal tomou posição pública, denunciando tal situação e exigindo uma intervenção urgente por parte das entidades competentes na salvaguarda do património.
No passado dia 12, e como que “num ato de desespero e alerta para a situação”, o Presidente da Câmara conversou no local com a comunicação social. A situação preocupa Nuno Vaz, que tem alertado as diferentes entidades, de forma insistente, há mais de três anos, sem, no entanto, obter qualquer solução para o problema.
Após várias interações e trocas de comunicações com o conjunto de entidades públicas que têm responsabilidades na área da cultura, até ao momento nada foi feito. À exceção de duas iniciativas: numa primeira fase, em 2022, uma vistoria técnica pelos serviços municipais para perceber as principais patologias da infraestrutura e posteriormente, em 2024, uma vistoria mais alargada pelos serviços de cultura da CCDR-N, que já reportava elevados danos aos elementos estruturais da cobertura e das condições de segurança da Torre do Castelo, devido a infiltrações de águas pluviais que têm ocorrido ao longo dos anos.
Apesar de reconhecer que a responsabilidade da intervenção cabe ao Estado Central, o município esteve sempre disponível para colaborar. “Desde a primeira hora, a autarquia predispôs-se a ser parceiro. Estamos disponíveis para colaborar na gestão do espaço, participar tecnicamente e até comparticipar financeiramente as intervenções necessárias, dada a relevância deste monumento para a vila, mas também para o concelho e estratégia de afirmação cultural, muito centrada no património local”, salientou.
Castelo de Santo Estêvão
O Castelo de Santo Estêvão encontra-se classificado, segundo o Instituto Português de Património Arqueológico (IPPAR), como Monumento Nacional, representando um valor cultural de interesse para a Nação. A sua classificação procedeu-se por decreto publicado a 16 de maio de 1939.
A sua torre de pedra é praticamente quase tudo o que resta de uma série de fortificações que no mesmo local se sucederam ao longo dos tempos. O que existe atualmente é, porém, tipicamente medieval. É toda granítica, tendo adquirido a cor castanha dos velhos castelos. Não possui um aspeto inóspito ou agreste, antes se aparentando muito urbana e civilizada, com muitas aberturas para o exterior. Tem quatro pisos, dos quais, um térreo e outro no topo descoberto.