Em cada Natal celebramos o nascimento daquele que há dois mil anos veio habitar entre nós, Jesus, nascido de Maria. Deus enviou o seu Filho, o Messias tão desejado. Ele encarnou na história como rebento novo de luz, vida e esperança.

Celebrar o Natal com autêntico espírito cristão significa, antes de mais, abrir o coração àquele que veio e que vem, deixar que Ele tenha espaço e lugar nas nossas vidas, nas famílias e comunidades. Significa dar lugar à vida porque o Natal é proclamação da vida, com toda a sua fragilidade e grandeza, com o que tem de mais humano e de mais sagrado.

Se acolhermos esta vida em plenitude que, vinda do céu, nos foi dada em Jesus Cristo, poderemos olhar a realidade a outra luz e com outra esperança. Deus deu-nos o Filho como sinal de confiança na humanidade, de afirmação da vida e proclamação dos valores da paz e da fraternidade entre os homens. Acolhê-lo de verdade representa um compromisso renovado na defesa e promoção desses valores.

Neste Natal terá lugar a abertura do Ano Jubilar. Proclamaremos que Jesus é o grande fundamento da nossa esperança. Todo aquele que O acolhe e acredita n’Ele não se deixa vencer pelo fatalismo ou pela resignação, não se refugia na indiferença ou no egoísmo, mas permanece fiel à esperança que Ele nos trouxe.

O Natal foi o início de uma bela história de Deus com os homens, uma aventura que hoje somos desafiados a continuar a viver. Podemos fazê-lo todos os dias quando multiplicamos os sinais de reconciliação, os gestos de partilha e de solidariedade. De forma concreta, este ano somos convidados a ajudar as populações mais pobres da Terra Santa, numa iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Às famílias da nossa diocese de Vila Real envio os meus votos amigos de um Natal cheio de alegria, vivido em grande espírito de comunhão. Que o Menino Jesus abençoe todos os casais e seja modelo e proteção para as crianças e os jovens.

A todas as comunidades cristãs endereço as minhas saudações e votos de que vivam este Natal em atitude de fé e de louvor. Que os cristãos, unidos em comunhão com os seus pastores, cantem sempre as maravilhas de Deus.

Aos mais pobres, aos doentes, aos idosos, aos que estão sós, aos presos e a todas as pessoas que estão a passar por algum tipo de dificuldade, manifesto a minha proximidade e o meu desejo de que neste Natal sintam que Deus não os esquece e que os irmãos não os abandonam. Dessa forma vejam nascer uma luz de esperança nas suas vidas.

De modo especial aos nossos emigrantes que celebram o Natal em terras estrangeiras envio uma forte saudação. Da mesma forma, aos imigrantes há poucos chegados ao nosso território desejo que se sintam bem acolhidos e experimentem toda a novidade do Natal.

A todos os homens e mulheres de boa vontade desejo um Santo e Feliz Natal. Que Jesus, nascido em Belém, ilumine os nossos caminhos, nos abençoe na paz e renove na esperança.

Vila Real, 18 de dezembro de 2024

+António Augusto de Oliveira Azevedo