Puerilidades

Por: João Madureira

Todas as discussões ideológicas são pueris. Umas mais do que outras. Mas todas são pueris. Hannah Arendt tinha razão. As ideologias são, no essencial, ficções perigosas, porque não passam de teorias gerais da realidade. O intelectual francês Bernard Henri Lévy, que pensa que sabe alguma coisa sobre o que se está a passar por esse mundo fora, lembra agora, já perto do desespero, perante a escalada dos extremismos, que a Europa vive uma espécie de tentação pelo suicídio. De facto, não é difícil concluir que “a civilização é uma mera película que mal cobre o abismo da loucura, da ignorância, do obscurantismo”. Dito assim, em letras gordas, parece um género de premonição devastadora. A verdade é que os democratas falharam por essa Europa fora. E ninguém fica calmo, ou com vontade de rir. Tanto a extrema-direita como a extrema-esquerda estão a prensar entre as suas mandíbulas de crocodilo, o Velho Continente. Não devemos esquecer que, só no século XX, a velha Europa se suicidou duas vezes, em 1914 e em 1939. Há por aí, outra vez, muita gente a puxar-nos para o nada. Para o vazio. Para a guerra.

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Artigo completo na edição número 931 do Notícias de Vila Real.