Provocações

Por: AF Caseiro Marques

Eu provocador me confesso. Mas eu sou um provocador inofensivo!

O mundo, e Portugal não é excepção, está cheio de provocadores. Veja-se o caso do Putin. Ele é que provocou a guerra, mas diz que foram os ucranianos a dar início ao conflito. E pelos vistos há gente que acredita nisso. Adiante. Em Portugal, Costa Provoca Marcelo e este responde com outras provocações. OS LBGT etc. provocam os heterossexuais e este chateiam-se muito. O rapaz ou rapariga – não sei – trans que apareceu no Parque Eduardo VII com uma bandeira afirmou que estava ali para provocar. Todos provocam e respondem como podem, uns mais do que outros.

Recebi um vídeo provocador no qual uma personagem, o entrevistador se introduziu no meio de uma manifestação a favor do acolhimento de refugiados. Os manifestantes estavam apenas a ser provocadores. Porque digo isso? Vejam as respostas dos manifestantes que o provocador-mor entrevistou colocando uma simples pergunta: “Estará disposto a receber um refugiado em sua casa?”. As respostas foram: “Não! Não!” Outro: “O problema é que pago renda!” Ainda outra manifestante: “Eu não tenho espaço.” E outro: “A minha casa é pequena!” E muitas outras respostas completamente despropositadas, quando confrontados com a realidade.

Temos assistido a todo o tipo de provocações. A propósito da Jornada da Juventude, o que mais se viu foram provocações por parte da esquerda, pondo em causa tudo e mais alguma coisa. Terminada a Jornada, continuaram, como foi o caso da denominação da ponte pedonal sobre o rio Trancão. Surgiram as petições contra e a favor. Foi colocado em causa o nome proposto e aprovado pela Câmara de Lisboa, D. Manuel Clemente. Uma petição teve origem, como muitas outras anteriormente, no Bloco de Esquerda. Tudo para dar nas vistas, provocar a discussão e atacar directamente o Cardeal e indirectamente a Igreja Católica. Surgiram também as petições a favor da manutenção do nome proposto pela Câmara.

A comunicação social, ávida de notícias e de escândalos, quanto mais escabrosos melhor, começou a dar ênfase, hora a hora, sobre a evolução do número de assinaturas das petições. Li que a TSF foi a principal rádio a aproveitar a onda. Quando se trata de atacar a Igreja melhor ainda. Está na moda. Claro que a Igreja, em alguns casos, tem-se posto a jeito.

O Cardeal, D. Manuel Clemente veio logo dizer que não aceitava que fosse adiante a proposta da Câmara. Não esperou pelo reforço das petições a favor do seu nome. Deveria ter esperado. Fez o jeito ao Bloco que vai cantando vitória na ausência de outras vitórias.

A Igreja agacha-se à mínima provocação. Quem a odeia, quem continua a pensar que são os donos da verdade, os defensores da sua própria superioridade aproveitam-se de tudo para destruir quem se lhe opõe, ainda que tenha de recorrer a mentiras e meias verdades. A Igreja tem medo. Medo de si própria. E não se vê ninguém na Igreja com autoridade para dizer duas verdades, com voz forte. O que observamos são gagueijos de algumas figuras de segundo plano. Que falta cá fazem, apenas a título de exemplo, um António Ferreira Gomes, Eurico Dias da Silva, António Ribeiro, Júlio Rebimbas, José Policarpo. Isto para não irmos mais para trás.

Alguns atacam a nossa história, pretendendo reescrevê-la. Lembram-se do monumento à escravatura? Como se fosse possível lavar a face de acontecimentos e actos que praticados à luz daquele tempo, apagá-los. A maior parte destas iniciativas não passam de provocações puras e simples. As minorias lá vão levando a sua avante.

E, nós católicos, Como membros da Igreja e em nome pessoal, como devemos reagir às provocações? Quando pudermos, responder no mesmo tom, de forma respeitosa, educada, mas criativa e sem aceitar humilhações como eles fazem.

E quando isso não for possível, devemos provocar todos os que nos provocam, afirmando-nos como católicos em obras e por palavras, sem vergonha, sem medo, sem violência, contudo, com palavras certeiras, sem ambiguidades, desmascarando a hipocrisia de quantos dizendo-se ateus e agnósticos se servem da Igreja quando lhes convém.

1 – Quem não está a provocar, mas a aumentar o peso da sua ditadura é o Governo social-fascista da Nicarágua, ao prender Bispos e atacar a Igreja por todas as formas. Agora, ao confiscar a Universidade Centro Americana (UCA), dirigida pelos Jesuítas. E quanto a esta situação e muitas outras de ataque aos cristãos, como no Paquistão, Afeganistão, China, Índia e muitos países de África, da esquerda não chegam notícias. Estou a ver gente do Bloco e do PCP a bater palmas à sanha comunista de Daniel Ortega e mulher, dois ditadores da pior espécie.