A Festa de Natal celebra a grande esperança que anima os cristãos. Ao enviar o seu Filho que nasceu em Belém, Deus deu vida à palavra proclamada pelos profetas ao longo de séculos. As expectativas concentradas na figura do Messias começaram a ganhar forma na feliz noite do nascimento de Jesus.

O Natal não é conto de fadas ou fábula moralizante, mas acontecimento histórico que nos fala de um sinal do céu que entrou na história humana. Jesus é o Filho que o Pai enviou ao mundo e o seu nascimento confirma que Deus, sempre fiel à sua palavra, não esqueceu o seu povo nem abandonou a humanidade à sua sorte.

A celebração do Natal manifesta o renovar da nossa confiança em Deus que veio habitar connosco. Essa presença divina ajuda-nos a superar a tentação do desânimo e a acreditar que é possível um mundo com mais paz, justiça e fraternidade. Natal é profecia de esperança, anúncio de vida, promessa de futuro.

A luz divina que o Natal veio acender no mundo deve brilhar com mais intensidade para dissipar a escuridão que afeta muitos corações e vencer as nuvens de preocupação que pairam sobre o futuro da humanidade. Iluminados por essa luz poderemos encontrar caminhos de vida pessoal e social mais autênticos, vencendo ilusões e falsidades. Congregados por essa luz poderemos também caminhar juntos como Povo de Deus, discernindo os desafios da missão no tempo atual.

Presépio da Igreja Paroquial de Mouçós, elaborado pelo Coro Misto de Mouçós

A esperança que brota do nascimento do Salvador requer sentido de acolhimento e compromisso por parte de todos. Como Maria e José, os pastores e os magos, é indispensável, também hoje, estar com Jesus e comprometer-se em partilhar a esperança viva que Ele representa.

Convido todos a celebrarem o Natal deste ano jubilar em atitude de fé e com uma oração pela paz.  O Emanuel, o Deus-connosco, nasceu como Príncipe da Paz para nos lembrar que a paz é possível e urgente em tantos lugares. Na Ucrânia, como em muitas partes do mundo, nas famílias e nas sociedades, a paz é imperiosa.

A vinda do Messias faz-nos acreditar no melhor da humanidade, em sociedades mais livres e solidárias, em relações humanas mais justas e próximas. Esse acontecimento que mudou a história deve ainda inspirar em todos os cristãos a disponibilidade para construir uma Igreja, mais sinodal, viva e fraterna, verdadeira comunidade de irmãos em Cristo.

Aos meus irmãos diocesanos de Vila Real envio os votos de Santo Natal. Ao clero e aos fiéis, a todas as comunidades, grupos e famílias manifesto o meu desejo de que vivam esta quadra com uma alegria autêntica e que o Menino Jesus encha a todos das suas bençãos. Um cumprimento caloroso aos emigrantes que passam o Natal longe da família e aos imigrantes que chegaram à nossa região, sem esquecer as pessoas que estão doentes, os que estão sós, os pobres, os reclusos e os que passam por alguma dificuldade ou provação. Que sintam a presença de Jesus que está próximo e a todos veio salvar.

Peço ao Messias nascido em Belém que encha de luz, alegria e paz o coração de todos para que possam partilhar com o mundo a esperança viva que o Natal inaugurou.

Um Santo Natal para todos.