Hoje, dia 5 de outubro, celebra-se a Implantação da República Portuguesa. Foi o resultado de uma revolução organizada pelo Partido Republicano Português, iniciada no dia 2 de outubro e vitoriosa na madrugada do dia 5 de outubro de 1910, que destituiu a monarquia constitucional e implantou um regime republicano em Portugal.

5 de Outubro de 1910 era tempo de vindimas no Douro e as populações foram tendo conhecimento do facto «às pinguinhas». Neste dia, El-rei D. Manuel II visitaria Vila Real que estava engalanada para o receber. Mas um telegrama informava que o soberano não viria. Logo se soube dos «graves» acontecimentos de Lisboa. Rejubilaram os republicanos. Recolheram-se os monárquicos em casa, espreitando pelas janelas, aguardando «novas» da capital, fosse por telegrama, fosse pelos jornais, que explicassem o sucedido e que simultaneamente lhes dissessem que se repetiu o 31 de Janeiro de 1891, tendo sido presos todos os cabecilhas. Mas esta secreta esperança não aconteceu. Os menos fiéis viraram a casaca… No dia 7, nos Paços de Concelho fazia-se a proclamação da República o cortejo que se seguiu animou o Tabolado, o Jardim das Camélias e outros arruamentos de Vila Real.

O 5 de Outubro é um dia importante na história de Portugal por outras razões. O 5 de outubro de 1143 marca o momento em que, em Zamora, Afonso Henriques, o infante rebelde, e o primo Afonso VII, sob os auspícios do cardeal Guido de Vico, rubricam a paz entre ambos, aceitando o castelhano-leonês que Portugal deixasse de ser condado e passasse à categoria de reino. Afonso Henriques passava a denominar-se Rex Portucalensis, mas mantinha-se como vassalo de Afonso VII, com todos os direitos e deveres. A Independência formal havia de ocorrer só a 23 de Maio de 1179, com a Bula Manifestis Probatum do Papa Alexandre III.

Baseado no artigo de Joaquim Ribeiro Aires, de outubro de 2016, publicado no Notícias de Vila Real.