O Presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, reuniu na passada segunda-feira, dia 23 de outubro, com o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHMAD) para discutir os serviços prestados pela unidade hospitalar de Chaves.

Em causa está “um conjunto de fragilidades” da urgência pediátrica, que se poderá estender, no início do próximo mês, a outros serviços como a ortopedia e a cirurgia. Nuno Vaz adiantou que lhe foi garantido estar a ser procurada uma solução, até sexta-feira, que poderá passar pela mobilização de recursos, sobretudo médicos, para dar resposta às áreas cirúrgica, pediátrica e ortopédica. 

O presidente da autarquia flaviense referiu que, no último ano, a unidade hospitalar ganhou em termos de capacidade de resposta, quando passou a funcionar com um horário mais alargado em algumas valências. No entanto, a partir do mês de novembro, o autarca receia que as mesmas valências possam encerrar parcial.

No dia seguinte, os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT) tomaram uma posição conjunta sobre o assunto e comunicaram que pretendem reunir de urgência com o ministro da Saúde e o Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Além disso, foi convocada uma vigília de protesto para este sábado, dia 28 de outubro, pelas 18 horas, dirigida aos municípios de Chaves, Boticas, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, que compõem a CIMAT.

Para Nuno Vaz, a única forma de resolver a situação é com um acordo a nível nacional que envolva a Ordem dos Médicos e o Ministério da Saúde, porque, segundo ele, o que está a acontecer “decorre da indisponibilidade de os médicos fazerem horas extraordinárias”, levando a que alguns serviços, como as urgências e o internamento, apoiados no trabalho extraordinário, “possam encerrar”.

Deputados socialistas solidários com posição da CIM do Alto Tâmega e Barroso

Os deputados eleitos pelo círculo de Vila Real do Partido Socialista (PS), manifestaram o seu apoio à posição assumida pelos autarcas da CIM do Alto Tâmega e Barroso sobre o estado de respostas na área da saúde existentes no território.

Devido ao risco iminente do encerramento dos serviços de Urgência Pediátrica e de Urgência Médico-Cirúrgica, bem como do serviço de internamento de Ortopedia da Unidade Hospitalar de Chaves, os deputados socialistas expressaram a sua preocupação com “a degradação dos serviços de saúde prestados nesta unidade hospitalar motivados pela notória falta de recursos médicos”, comunicando que irão questionar o ministro da Saúde sobre toda esta situação.

Ainda em comunicado, demonstraram a sua preocupação quanto à criação da Unidade Local de Saúde (ULS) de Trás-os-Montes e Alto Douro no atual modelo aprovado em Conselho de Ministros e que, segundo estes, apresenta um “elevado risco de excessiva centralização assistencial e de menorização dos cuidados de saúde primários”, sendo favoráveis à proposta da ULS Alto Tâmega e Barroso que integre a Unidade Hospitalar de Chaves e o Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Tâmega e Barroso.

Carlos Pereira Cardoso