Foto: UFM

A Adega de Vila Real suspendeu a vindima até à próxima segunda-feira, dia 2 de outubro, pelo excesso de uvas que tem vindo a receber nos últimos dias. Jaime Borges garantiu, no entanto, que irá manter a receção de uvas já cortadas.

Nesta semana, junto à Adega Cooperativa, formaram-se longas filas de tratores e carrinhas carregadas de uvas. alguns produtores tiveram que esperar cerca de 14 horas para entregar o resultado da colheita.

Em comunicado enviado aos produtores, a Adega de Vila Real justifica a decisão pelo excesso de uvas que tem recebido diariamente – na ordem das 850 pipas, mais 200 do que o habitual – que comprometem a capacidade logística e de armazenamento da adega.

O presidente da Adega de Vila Real referiu que este ano a colheita “é anormal” e que algumas “casas” do setor vitivinícola “não vieram à vindima”, ou seja, não se mostraram disponíveis a receber o excesso de produção dos viticultores.

“É muito vinho para a capacidade da adega. Estamos no limite e, por isso, atendendo que já tivemos que parar algumas horas esta semana pelo excesso de uvas, vamos parar até segunda-feira que vem. Não é a receção de uvas, é o corte das uvas na vindima. As que estão cortadas vamos rececioná-las. Só vamos retomar a vindima na próxima segunda-feira”, informou aos jornalistas.

A Adega de Vila Real conta atualmente com 1750 sócios, dos quais 1300 são produtores ativos. Jaime Borges adiantou que os stocks de armazenamento da Adega estão perto do limite e que vão ter dificuldade em colocar todo o vinho no mercado.

Apesar da elevada produção e das dificuldades de escoamento de vinho por parte de muitas quintas e adegas, Jaime Borges reconheceu que as vendas da Adega de Vila Real têm vindo a aumentar. “Neste mês de setembro já subimos 13,5%. O crescimento tem sido gradual nos últimos anos. Sei que todo o setor se queixa que vende pouco, mas, felizmente, não é o caso da nossa adega”, disse.

A Adega de Vila Real produz, anualmente, cerca de 14 mil e 200 pipas. Neste ano, deverá chegar às 20 mil.