A pandemia e o papel da imprensa regional

A pandemia de Covid-19 é um tema recorrente, do qual os leitores estão cansados de ouvir falar. Mas é sobre a imprensa, e o modo como se torna importante, por um lado, ler, mantendo-se informado, e, por outro, apoiar quem trabalha diariamente para levar até si os últimos desenvolvimentos sobre os temas que marcam a atualidade (essencialmente local e regional), de que hoje falamos.

A comunicação social regional é, hoje, produzida quase na totalidade por uma estrutura profissional de quadros superiores. As empresas de comunicação social, que detêm os vários títulos de jornais periódicos ou rádios, pagam impostos, criam empregos e contribuem para a economia, no contexto local.

Contudo, tal como aconteceu com outros setores, também a comunicação social sofreu com o impacto que a pandemia provocou na economia. Embora as audiências no digital tenham crescido, a verdade é que os quiosques, de que também dependem os jornais, têm perdido faturação. É um dado adquirido que a venda de jornais em bancas caiu, principalmente devido ao medo infundado de contágio, o que levou à promoção de campanhas como “Ler é Seguro”, (cujo selo é visível na capa de alguns jornais), promovida pela Associação Portuguesa de Imprensa. 

Mas é precisamente agora, em pleno Estado de Emergência, que é urgente manter-se informado. Não é por acaso que a comunicação social foi considerada, desde o primeiro momento, um setor prioritário, mantendo-se ativa durante os vários (já longos) confinamentos. É por si.

Na verdade, só através da comunicação social regional é que fica informado sobre o que acontece na sua rua, no seu bairro, na sua freguesia ou concelho. Neste jornal, por exemplo, fazemos semanalmente um ponto de situação do número de casos de infeção ativos na região e no concelho; o ponto de situação da vacinação e quais os grupos prioritários que se encontram a vacinar; a percentagem de ocupação de camas em unidades de saúde de referência, entre outros dados relevantes. Esses números não são tratados pela imprensa nacional e apenas dizem respeito ao nosso território.

Só lendo os jornais, ou acompanhando a comunicação social regional, nas várias plataformas existentes, inclusive a digital, poderá contribuir para uma maior profissionalização da imprensa, e, por sua vez, para uma maior cobertura mediática. Toda a gente fica a ganhar.

É precisamente agora, durante um período prolongado de confinamento, numa altura em que as pessoas passam mais tempo em casa, em que a informação nem sempre chega de forma organizada e direcionada a um público específico de uma determinada região ou localidade, que deve contribuir para o crescimento da comunicação social regional, lendo jornais e ouvindo as rádios.

Filipe Ribeiro