Foi inaugurado, na passada segunda-feira, o Consulado Honorário de Angola em Vila Real, no 1º andar do número 6 do Largo do Pelourinho, no centro da cidade, uma iniciativa impulsionada pelo Cônsul Honorário de Angola em Portugal para os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda, António Cunha.
A cerimónia, que contou com diversos representantes políticos de Angola, como a embaixadora de Angola em Portugal, mas também de Portugal, como autarcas locais, teve início com a inauguração das instalações do Consulado, que passará, no futuro, para o edifício do antigo Governo Civil de Vila Real, depois de obras de requalificação.
O Consulado foi criado, em Vila Real, para “concretizar vários desígnios das relações bilaterais entre Portugal em Angola”, referiu António Cunha. Visa, essencialmente, “facilitar a ação de empresários e investidores de Angola em Portugal e de Portugal em Angola, apoiar e dar suporte diplomático a estudantes portugueses e angolanos (Portugal vai duplicar número de bolsas atribuídas a estudantes do PALOP), e estabelecer parcerias para a captação de jovens talentos para transmissão de conhecimentos a estudantes e empreenderes angolanos”. “No fundo, dar a conhecer a realidade atual de Angola à população dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu, que hoje é completamente diferente”, disse.
Rui Santos, presidente da Câmara Municipal, reconheceu a simpatia e respeito pelo Cônsul Honorário, António Cunha, e lembrou a importância do Consulado, agora inaugurado, para as relações económicas regionais com Angola. “As relações económicas entre os dois países são fundamentais. Angola é o terceiro país fora da União Europeia e principal mercado da CPLP para Portugal. O nosso país importou, em 2022, cerca de 624 milhões de euros de bens e serviços de Angola”, anunciou.
Rui Santos lembrou, ainda, que a História de Portugal em Angola começou em 1433, quando o navegador vila-realense Diogo Cão descobriu a foz do Rio Zaire, uma fronteira natural do norte de Angola.
António Cunha
António Cunha nasceu em Caíde de Rei, concelho de Lousada, em 1957, mas reside há mais de 30 anos em Angola. Aos 18 anos tornou-se sócio e fundador de uma fábrica de tintas, em Viseu. Iniciava aqui um vasto percurso profissional. A experiência adquirida levou-o a investir numa empresa que denominou de “Tintas Europa”, no distrito de Vila Real, mais precisamente em Alijó.
Em Angola, iniciou-se no ramo da construção civil, na década de 80 do século passado, mas rapidamente se alargou a outras áreas de negócio, que hoje se materializam no Grupo 7 Cunhas. Está em 14 ramos de atividade diferentes – desde a recolha de lixo às energias renováveis – e continua a expandir-se. Emprega, atualmente, cerca de 5 mil pessoas.
No associativismo, foi fundador de rádios regionais, na zona de Lousada, e dirigente desportivo, nomeadamente no Grupo Desportivo de Chaves, tendo chegado, mais tarde, à direção da Associação de Futebol de Vila Real, na altura em que edificaram a atual sede.
Filipe Ribeiro