”Trás-os-Filmes: cinema contemporâneo em Trás-os-Montes” terá lugar nos dias 4 e 5 de
outubro deste ano, em Mondim de Basto, e é uma iniciativa do coletivo Filmes aos Montes,
em parceria com o Favo das Artes – Casa da Cultura e a Câmara Municipal de Mondim de
Basto.

De acordo com Leonor Zuzarte, parte da organização, o ciclo de cinema pretende “conciliar
o melhor de dois mundos: permitir que jovens realizadores em Portugal, no início do seu
percurso, consigam mostrar o seu trabalho; enquanto isto, garantimos a existência de
cinema independente a uma população que muitas vezes se vê privada desta oferta”.

Para além da seleção oficial de curtas-metragens, numa sessão conjunta com Q&A e
presença dos realizadores, a iniciativa contará também com um concurso de micro-filmes
até 2 minutos e com um projeto conjunto com o Agrupamento de Escolas de Mondim de
Basto.

“A nossa ideia passa também por estimular o interesse pelo cinema e audiovisual na região
junto de quem pode vir a fazer parte da próxima geração do cinema português” – afirma
Miguel Chorão, sobre a importância dos workshops de filmmaking que terão lugar na
semana que antecede o evento. “Colocarmos alunos de tenra idade, a trabalhar em equipa,
com as funções que uma pequena equipa de produção teria, ajuda certamente a despertar
o interesse e curiosidade sobre como fazer cinema”.

Para os filmes da seleção “Berço D’Ouro”, existe um prémio do público, que consiste em
ajuda à produção de uma curta-metragem em Mondim de Basto, com a condição do
trabalho realizado ser apresentado na edição seguinte do certame. De acordo com João
Alves, parte da organização do Trás-os-Filmes, o objetivo deste prémio “é duplo: pretende
dar oportunidade a quem quer fazer cinema de continuar a fazer cinema e pergunta
diretamente ao público o que gostaria de ver no próximo ano”.

A ideia surgiu depois da equipa responsável pelo evento ter tido uma experiência de
rodagem em Mondim de Basto e terem ficado impressionados com a abertura,
disponibilidade e ajuda de toda a comunidade mondinense.

“Foi surreal” afirma Gonçalo André Ferreira. “Éramos 6 ‘malucos’ a filmar numa casa
abandonada, com mobília de garagens de vizinhas de amigos de família, com o apoio do
Favo das Artes e dos seus técnicos, e nunca nos pediram nada em troca”. Foi por isto que,
de acordo com este realizador e ator natural de Mondim, criaram o prémio nestes moldes.

Para além das sessões de curtas-metragens e micro-filmes, o evento terá ainda uma
exposição na semana que antecede o ciclo pelo artista plástico Pendura, e um concerto na
sessão de encerramento, pelo grupo de fados Literatus. A programação com horários estará
disponível brevemente nas redes sociais da organização.